TCDF cobra informações sobre implantação do Mercado Central de Brasília

O Tribunal de Contas do DF solicitou manifestação da Central de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa/DF) quanto à continuidade do projeto de implantação do Mercado Central de Brasília. O empreendimento, a ser construído em terreno de aproximadamente 50 mil m2, localizado no Trecho 10 do Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), deve atender a uma antiga demanda da população da capital

Foto: GDF.

Além da criação de 600 vagas para estacionamento, o local deve abrigar restaurantes, açougues, peixarias, frutarias e bancas destinadas à venda de bebidas, pães, laticínios, doces, artigos de caça, pesca, camping e assemelhados.  

Em agosto do ano passado, o Tribunal determinou que a Ceasa/DF corrigisse falhas na documentação do projeto de concessão do espaço à iniciativa privada, especialmente aquelas relativas ao modelo econômico-financeiro proposto.  

Após analisar a documentação disponibilizada pela Central de Abastecimento do DF, o Tribunal de Contas reiterou alguns apontamentos que não foram atendidos, dentre eles a apresentação de informações acerca de fontes, estudos, pesquisas ou indicadores de mercado que fundamentam as estimativas de receitas e custos operacionais do projeto.  

O Tribunal ainda deu um prazo de 60 dias para que a Ceasa/DF se manifeste formalmente quanto ao interesse pela continuidade do projeto (Processo nº 00600-00000594/2022-02-e).

Vice-governadora Celina Leão anuncia GT para fomentar economia criativa no DF

O fomento à economia criativa no Distrito Federal ganhou força nesta semana após a vice-governadora Celina Leão anunciar a criação de um grupo de trabalho (GT) com integrantes do GDF, Fecomércio, Sebrae, Universidade Católica de Brasília (UCB) e entidades que atuam neste setor


Fotos: Paulo Santos.

Segundo a vice-governadora, serão definidas metas concretas para dar suporte e incentivo à economia criativa em todo o DF, com apoio das secretarias de Cultura, Turismo, Esporte, Fazenda, entre outras.

O anúncio foi feito durante uma reunião realizada no Palácio do Buriti, na segunda-feira (15), com a presença do presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, do presidente da Câmara de Economia Criativa da Fecomércio-DF e seu vice, Pedro Affonso Franco e Reinaldo Gomes, e da superintendente do Sebrae-DF, Rose Rainha.

O professor da UCB, Alexandre Kieling, também esteve presente. Ele é responsável pela pesquisa feita em parceria com a Fecomércio-DF, Setur, Secec, FAP-DF, Sebrae e CLDF, intitulada Panorama da Economia Criativa no DF. A segunda fase dos estudos mostrou, em abril deste ano, que há 90 mil agentes criativos atuando em diversas áreas,  como arquitetura, educação, eventos, inovação, publicidade e gastronomia. Só no ano passado, a economia criativa movimentou cerca de R$ 9 bilhões no DF.

"O Distrito Federal saiu na frente ao investir nessa pesquisa, que é uma das principais ações para se construir políticas públicas com eficiência. Fomos a primeira Federação do Comércio do País a criar uma Câmara Empresarial para tratar desse tema. Agora teremos detalhes sobre dimensão e a importância desse segmento", disse Aparecido.

Governo de Goiás recebe cerca de seis toneladas de peças de roupas da Receita Federal

Doações serão destinadas a famílias em extrema vulnerabilidade social e entidades atendidas pela OVG, dentro de ações do Programa Goiás Social

Foto: Aline Cabral.

O Governo de Goiás, via Goiás Social, recebeu cerca de seis toneladas de peças de roupas nesta quarta-feira (03/05). A doação foi feita pela Receita Federal do Brasil, em Goiânia. Os itens, que incluem camisetas, shorts, calças, bermudas e agasalhos serão destinados a famílias em extrema vulnerabilidade social e entidades atendidas pela Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).

A doação é fruto de apreensões da Receita Federal e parceiros em operações contra falsificação, sonegação de imposto e combate ao contrabando. Somadas, as peças de roupa totalizam R$ 385 mil. O repasse foi feito pelo titular da Delegacia da Receita Federal em Goiânia, auditor Djalma Alencar Lustosa Sobrinho. "É uma satisfação poder contar com o Goiás Social. A Receita Federal tem também uma grande preocupação de atender, de forma palpável, a população mais vulnerável", afirmou.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Wellington Matos de Lima, ressaltou a importância do Goiás Social, que é coordenado pela primeira-dama Gracinha Caiado, e reúne várias pastas do Governo Estadual. "Nós trabalhamos dessa forma: um apoiando o outro. O objetivo final é fazer chegar esse material a quem mais precisa".

Parcerias
A doação recebida nesta quarta-feira soma-se a outras feitas por parceiros que fazem parte de uma rede de solidariedade formada pelo Goiás Social, por meio da OVG e do Gabinete de Políticas Sociais (GPS). No começo de março desse ano, a Organização e o GPS receberam 17 mil peças de roupa do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), itens que estão sendo destinados a famílias em extrema vulnerabilidade social, em todo o Estado, dentro de ações do Goiás Social.

Desde 2019, foram mais de 22 mil unidades de peças doadas pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, entre roupas masculinas, femininas e infantis, cintos, carteiras, relógios, roupas íntimas e calçados.

Já a Delegacia do Consumidor (Decon) repassou, em dezembro do ano passado, mais de mil peças de roupas, como camisas, camisetas, bermudas e calças jeans à OVG e ao GPS. Doação também destinada a dar mais dignidade e cidadania aos que mais precisam.

Gestos simples que facilitam a interação com um autista: “Inclusão não é sobre aceitação, mas respeito”, diz uma mãe

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio neurológico que compromete a interação social, comunicação verbal e não verbal. Por isso, para interagir bem com uma pessoa que tem a condição, é importante conhecer algumas de suas características e, principalmente, se livrar de certos preconceitos. Nessa reportagem vamos conhecer algumas histórias inspiradoras de alunos do Sesc-DF que encontraram maneiras de superar obstáculos, além de aprender junto com os pais a celebrarem suas conquistas

Foto: Felipe Menezes.

A atividade física e os esportes oferecem uma ampla gama de benefícios para todas as pessoas, o que não é diferente para aquelas no espectro do autismo. Com isso, diversas modalidades trazem benefícios para crianças e jovens com autismo em áreas que, geralmente, têm mais dificuldades. Melhora as habilidades motoras, condicionamento físico, funcionamento social, força e resistência musculares.

E foi na natação que o Rodolfo Radames, hoje com 27 anos, encontrou estímulos para melhorar sua autonomia. Entre um nado e outro, o discreto jovem mostra o que aprendeu desde pequeno, quando seu pai o incentivou a praticar seu primeiro esporte. Duas vezes por semana ele vai às aulas na unidade do Sesc em Ceilândia, e não abre mão de sua corrida e caminhada todos os dias. Pouco extrovertido, Rodolfo é extremamente querido na unidade e muito determinado. Na água, ele domina cada movimento do seu corpo e mostra que o autismo não define quem ele é.

O jovem já disputou torneios e se declara para o esporte. "Não gosto de ficar sem fazer nada. Venho para o Sesc porque aqui eu me sinto bem, as pessoas me respeitam e me amam", diz ele em um dos poucos momentos de diálogo. Inquieto, Rodolfo gosta mesmo é de colocar a mão na massa e gastar energia. Sua mãe, dona Leda Celina, conta que o filho é apaixonado pelas aulas de natação e não gosta de faltar nenhum dia. Faça chuva ou faça sol.

"No Sesc eu me sinto segura com o Rodolfo porque aqui nós temos quem nos respeita. Eu digo para todo mundo que é a extensão da nossa casa", confessa Leda.

Mas, engana-se quem pensa que a escolha pela natação foi algo fácil para o Rodolfo. Aos 18 anos de idade ele viu seu pai falecer nos seus pés, pouco antes de mais uma de suas aulas de natação. "Foi terrível, a partir desse dia o Rodolfo regrediu muito. Foi um baque", revela a mãe.

Dona Leda conta que eles carregam a ferida até hoje. Segundo ela, toda essa dificuldade deixou Rodolfo mais solitário, mas também foi o que ajudou o jovem a se fortalecer e seguir com mais força no esporte. "O pai dele quando descobriu que ele era autista largou o emprego e se dedicou inteiramente a estudar sobre o autismo. Era um cara apaixonado pelo filho que tinha e o Rodolfo sabe disso", conta.

Educação inclusiva
O processo de aprendizado é diferente para cada pessoa e o desenvolvimento de métodos para que a educação seja acessível a todos é fundamental. Para isso, as escolas do Sesc-DF reforçam a importância de incentivar ações que promovam a equidade no processo de aprendizado ao considerar pessoas que tem o comprometimento do funcionamento intelectual, como por exemplo, o autismo. A educação inclusiva para pessoas com autismo exige que cada estudante tenha suas demandas atendidas de acordo com suas especificidades.

É esse apoio que pais de crianças com autismo encontram ao matricularem seus filhos nas escolas EduSesc, que contam com profissionais preparados para lidar com a fase estudantil, além de um núcleo para atendimento educacional especializado, chamado de AEE.

Artur Campos, 12 anos e Pedro Esteves, de 16 anos, são alunos na EduSesc de Taguatinga Norte. Com autismo e personalidades diferentes, ambos estão na escola há certo tempo e atualmente estão acostumados com suas turmas e amigos. Mas, nem sempre foi assim. Quem conta esse processo são eles mesmos. "Antes de vir estudar no Sesc eu era de uma escola militar. Foi muito difícil para mim essa mudança de colégio. Eu geralmente gosto de ficar no meu canto e tive que me acostumar com uma nova rotina", disse Pedro.

Ele conta como recebeu o apoio no Sesc-DF e o que isso representou na sua vida. "No início eu fiquei confuso com a mudança do ensino fundamental para o ensino médio. Mas me ajudaram muito nessa adaptação, minha mãe pediu para me colocarem de manhã e ajudaram ela nisso também. Respeitam o meu tempo", conta Pedro.

Já o Artur é um garoto extremamente ativo, comunicativo e extrovertido. E quando o assunto é autismo ele não tem dúvida, o que falta para as pessoas é informação e respeito ao próximo. "Acontece que nós somos muito discriminados. Não tem muita informação, é como se autista não fosse nada. E nós somos normais. Autista cresce e vira adulto, tem adulto autista, sabia?! Então para que ficar debochando sem saber?", indaga o menino.

A luta contra o preconceito
Atualmente em nossa sociedade, fala-se muito em respeitar as leis da inclusão. Mas, na prática isso parece ser muito diferente. Dona Leda, mãe do Rodolfo, contou que sofre discriminação quase todos os dias. "Quando eu vou com ele no shopping quase sempre me sinto constrangida. Ele além de ser autista é um garoto negro e isso gera mais problemas para a gente. Os seguranças nos seguem achando que vamos roubar ou furtar algo, simplesmente porque preciso andar com uma mochila que contém as coisas do Rodolfo como roupa, frutas e etc", conta Leda.

O preconceito contra pessoas com o Transtorno do Eespectro Aautista (TEA) ainda significa obstáculo para o desenvolvimento social. Seja na escola, nas ruas ou dentro da própria família, eles passam por situações constrangedoras, que podem desencadear novos problemas. "Já chegaram a agredir o Rodolfo porque confundiram ele com um ladrão de bicicletas. Na hora do nervosismo ele trava e não fala nada", contou dona Leda.

Com todas as dificuldades enfrentadas pelas crianças com autismo, torna-se cada vez mais comum o preconceito nas escolas, que surge por parte dos coleguinhas. Mas, o pequeno Artur faz um alerta. "Somos vítimas de diversos tipos de preconceitos. Eu vi uma vez um menino chamar outro de Down só porque ele tem síndrome de Down. A professora corrigiu ele e ele disse: oi seu síndrome. Essa discriminação não pode ser normalizada", reforça o garoto.

Mês Pro Autismo no Sesc-DF
O dia 2 de abril foi estabelecido como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. A data foi determinada em 2007 com o objetivo de difundir informações para a população sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo autismo. E para jogar ainda mais luz sobre a data, o Sesc-DF promoveu durando todo o mês, uma programação diversificada que contou com palestras, rodas de conversa, lazer e muita informação para a população.

Com rei da Espanha, Lula reforça urgência da pauta ambiental e do combate às desigualdades

Monarca Felipe VI enfatizou o compromisso de atuar ao lado do Brasil na pauta das mudanças climáticas: "Queremos que saiba que não está sozinho nessa tarefa"


A rainha Letizia, o presidente Lula, o Rei Felipe VI e a primeira-dama brasileira, Janja da Silva, no Palácio Real, em Madri. Foto: Ricardo Stuckert.

Aintegração entre Brasil e Espanha, as parcerias nas áreas de meio ambiente e educação, o cultivo da paz como valor e a busca de celeridade para concluir o acordo entre União Europeia e Mercosul estiveram no "cardápio" do último compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da comitiva brasileira na Europa: um almoço com o rei Felipe VI, da Espanha, no Palácio Real de Madri.

Compartilhamos a urgência de agir para proteger o meio ambiente e combater as mudanças climáticas. Também é momento para recolocar como prioridade, no centro da agenda internacional, a erradicação da fome e da pobreza. Não haverá sustentabilidade sem justiça social"

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

Antes da refeição, o presidente e o monarca fizeram rápidos discursos. Lula reforçou, como tem feito em todas as agendas internacionais, a intenção de reconduzir o Brasil ao papel de protagonista no cenário geopolítico internacional. Saudou a presença espanhola no Brasil em múltiplos setores, que fazem do país ibérico o segundo maior investidor estrangeiro em nosso país. "Estão sediadas em nosso país mais de mil empresas espanholas, nos mais diversos setores, como finanças, telecomunicações, construção civil, infraestrutura e turismo", listou. .

O presidente lembrou que vivem atualmente na Espanha cerca de 165 mil brasileiros e que os dois países compartilham valores fundamentais, como a proteção aos direitos humanos, a promoção de políticas de inclusão social e o combate a todas as formas de discriminação. Citou, ainda, o comprometimento com o desenvolvimento sustentável e a transição energética.

"Compartilhamos a urgência de agir para proteger o meio ambiente e combater as mudanças climáticas. Também é momento para recolocar como prioridade, no centro da agenda internacional, a erradicação da fome e da pobreza. Não haverá sustentabilidade sem justiça social", afirmou o brasileiro.

Lula ainda completou ao enfatizar que não há sustentabilidade possível num mundo em guerra, e por isso voltou a abordar a necessidade de mobilizar um grupo de países para buscar caminhos para a paz entre Ucrânia e Rússia.

"O Brasil condena a invasão da Ucrânia pela Rússia. Defendemos a Carta da ONU e o Direito Internacional, mas queremos abrir caminhos para o diálogo, e não obstruir as saídas que a diplomacia oferece. Sem o cessar-fogo não é possível avançar", sentenciou o brasileiro.

AÇÃO-REFLEXÃO - Após saldar a amizade histórica entre os países e reconhecer a disposição do Brasil como uma voz em torno da paz, o monarca espanhol relembrou o impacto na Espanha das imagens dos atos violentos contra a democracia brasileira em 8 de janeiro. Ele disse que se sentiu reconfortado ao ver a rápida reação das institucionais nacionais para restabelecer a normalidade e dar resposta firme aos acontecimentos. Citando o educador brasileiro Paulo Freire, Felipe VI comentou: "Não é no silêncio que os homens se fazem, mas no trabalho, na palavra, na ação-reflexão".

O rei espanhol lembrou, ainda, que a Espanha assume em 2023 o Conselho da União Europeia, e se colocou como aliado para que o acordo entre o bloco e o Mercosul seja, enfim, assinado.

"Seguimos de perto a apoiamos com decisão os esforços pela assinatura do acordo entre União Europeia e Mercosul. Em uma civilização globalizada, buscar aberturas e regras deve ser a base de nosso desenvolvimento", afirmou Felipe VI.

O rei também se colocou como parceiro preferencial para as gestões necessárias no tema das mudanças climáticas e de transição energética. "Temos enormes desafios pela frente em temas como mudanças climáticas, igualdade, desenvolvimento social e educação como direito e plataforma de transformação", citou, enfatizando que a Espanha apoia os esforços brasileiros de combate ao desmatamento e de garantia de direitos dos povos indígenas. "Queremos que saiba que não está sozinho nessa tarefa que compete a todos os países".