Governo vai segurar as nomeações

As esperanças dos servidores de aumentar o número de concursos públicos e de convocações para repor o quadro de pessoal — uma das reivindicações da campanha salarial de 2015 — não deverão se concretizar tão cedo. Ontem, em pronunciamento na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, deixou claro que o ajuste das contas públicas é prioridade e, em consequência, as nomeações tendem a ser postergadas para não atrapalhar o esforço da equipe econômica em atingir a meta de superavit primário (economia para pagar os juros da dívida), de R$ 55,3 bilhões no caso do governo federal.

“Já fiz vários concursos e entendo a ansiedade. A intenção é efetivarmos os concursados o mais rápido possível, mas dentro de nossa limitação fiscal. O governo administra a velocidade de admissão conforme o prazo de validade dos certames e a execução orçamentária”, disse Barbosa. Como exemplo, citou o concurso para auditor-fiscal, válido até julho. Mas não indicou quando ou quantas pessoas serão chamadas. 

O ministro afirmou ainda que reestruturações de carreiras serão tratadas com cautela. Ao responder a uma indagação do senador Hélio José (PSD/DF) sobre a equiparação salarial dos analistas de infraestrutura a servidores que exercem funções semelhantes na Esplanada, Barbosa afirmou que o tema será tratado em bloco. “As negociações que envolvem salários e carreiras serão em conjunto”, resumiu. 

Barbosa revelou que não há intenção de reduzir nem o número de ministérios e nem a quantidade de cargos de confiança. “Alguns ministérios foram criados para dar mais relevância a alguns assuntos. Foi uma decisão política. Eles representam muito pouco em termos de gasto adicional em relação à importância política que têm”, disse.

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O nível de proficiência da população brasileira em outros idiomas continua baixo. Segundo um levantamento feito pela Michael Page, empresa de recrutamento, apenas 25% dos profissionais contratados pela empresa em 2014 falavam espanhol fluente ou apresentavam um nível avançado no idioma. Em outras línguas a situação é ainda pior: apenas 3% conseguem se comunicar em francês, 2% em alemão e 0% em chinês.

No currículo, o inglês não é mais considerado um diferencial. "No mercado de trabalho atual, o conhecimento do inglês é quesito eliminatório nos processos seletivos", diz Fábio Cunha, gerente executivo da Michael Page. Em relação a cargos executivos, 80% das vagas demandam conhecimento de inglês. Um segundo idioma é, portanto, um diferencial valorizado pelas empresas. "Um bom repertório em outros idiomas, muitas vezes, pode demonstrar uma habilidade comunicativa do candidato", diz Cunha.

Além disso, a fluência em outros idiomas pode impactar no holerite. Segundo pesquisa salarial da empresa de consultoria Catho, o inglês no currículo de profissionais juniores, plenos e sêniores pode aumentar em até 81,79% o salário em comparação a profissionais que não falam o idioma. No nível de gerência, o aumento é de 64,35%.